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São Bartolomeu do Sul, Freguesia e Concelho de Castro Marim, Distrito de Faro, no Algarve.
S. Bartolomeu do Sul é uma aldeia de povoamento mais bem disperso, feito de concentrados de casinhas, grande parte ainda caiadas de branco: Um monte aqui, outro monte além, uma encosta que desliza no sentido de um vale. O casario ora se espraia pelo altos, ora pelas baixas, recebendo alguns sítios o nome da sua situação geográfica, outros devem-no à etnografia: o Sítio do Alto confina com a Azeda e o Sítio da Fonte. A Vinha do Vale e o Encalhe, o Monte do Grilo, o Sítio da Fabrica, o Monte de Cima, ou da Escola, o Sítio da Fornalha, a Estação (do caminho de ferro), o Sítio dos Olhos, o Sítio da Igreja e o Sítio da Padaria são os lugares que integram a aldeia.
A sua branca igreja, onde se reza missa ao domingo à tarde, está rodeada do alto paredão, que era até não há muitos anos atrás local de convívio dos mais idosos, que aos sábados e domingos se exercitavam na prática de jogos tradicionais, como o berlinde.
As tabernas daquele tempo, lugar de encontro por excelência, foram acabando com o tempo. Hoje resta a nossa Colectividade, que tem serviço de bar e serve petiscos e os restaurantes “O Chico” e “O Pão Quente”. Todos eles se situam naquele que é considerado o centro da aldeia.
A estação de caminho de ferro, localizada na zona fronteira às instalações desportivas do Leões do Sul, no sapal, leva o nome de Castro Marim, sede do Concelho que dista deste cerca de 4 quilómetros . Ao longo da via férrea entre a nossa aldeia, Monte Gordo e Vila Real de Santo António, seu terminus, os olhos do passageiro avistam de perto a Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, com as suas mais de 150 espécies de aves.
O Aeródromo que confina com a estação, espraiando-se para Oriente numa linha paralela ao Sapal, recebe pequenas aeronaves, sendo lugar privilegiado para a prática do aeromodelismo.
Moinhos de água, já em ruínas, bem como dois antigos fornos de produzir telhas e tijolo faziam da zona do sapal um lugar de produção desses materiais. Na Fornalha, Diamantino Bento fazia fornos de cal branca que se destinava à caiação das nossas casas. Era grande o corropio quando se sabia que o Diamantino ia desenfornar.
Os fornos de carvão de que o Ti Zé Lameira era mestre não lhe sobreviveram. Com o desaparecimento dele, de seu irmão António Lameira e do Julinho Rufino, entre outros, perdeu-se igualmente a tradição e a arte de trabalhar a empreita de que eram feitas vassouras, capachos, abanicos para o fogareiro, etc. O mesmo sucedeu com o Ti Frederico na cestaria e no canastro. O legado dos nossos artesãos não tem continuidade.
A Escola Primária, espaço de saber, tem dado instrução a centenas de crianças que ao longo do tempo têm passado por lá. Hoje completamente remodelada abriga o único parque infantil de toda a aldeia.
S. Bartolomeu do Sul, todo ele, dista não mais de 2 quilómetros do Oceano Atlântico: a praia Verde, ou do Cabeço, como há 40 anos era conhecida, e a praia da Retur, ou dos Alemães como começou por se chamar, perfazem a orla litoral da Freguesia e Concelho de Castro Marim. A nossa Freguesia e o nosso Concelho, no distrito de Faro, Algarve, onde o mar é mais azul, a areia é mais doirada e a água mais convidativa.
Autor: Almerinda Romeira